RISCOS DE UMA PANDEMIA

Não se tome a contabilidade de mortes e adoecidos por qualquer doença para valorizar ou não um pandemia de influenza. Mesmo no caso desta gripe suína. Uma pandemia de influenza é séria, desestrutura o tecido social, os serviços em geral e particularmente os serviços de saúde. Leva economias à ruina e desfalca a estrutura familiar. Por isso, em que pese eventuais interesses cruzados, como os de fabricantes de medicamentos, não tem sentido esta tendência atual de se minimizar um vírus da influenza que só no México internou 10% dos doentes e teve uma taxa de letalidade muito alta. Um quadro como este, por exemplo, no Brasil talvez implicasse em milhões de internações novas, acrescidas a um sistema de leitos já de todo ocupado pelos males atuais. Regiões turísticas inteiras parariam suas atividades econômicas. O dinamismo de circulação de todos os tipos de agentes entre cidades e regiões e estados, cessaria. Viagens para o exterior seriam afetadas, tanto daqui para lá como de lá para cá. As escolas parariam, até mesmo os equipamentos de cultura que dependem de platéias seriam afetados. Uma pandemia mantém um estágio de risco alto durante meses e isso é uma afetação extrema de uma sociedade já pobre e que sofreria ainda mais com os efeitos da crise econômica mundial. Portanto, mobilize-se a sociedade, as autoridades públicas e vamos manter o alerta no nível em que se encontra por recomendação da OMS. Só para lembrar, claro que na Europa havia uma guerra generalizada, mas a pandemia da Espanhola durou praticamente três anos, começa em 1918 no meio oeste americano e arrasa a Europa em 1919. FONTE: CHAPADA DO ARARIPI